domingo, 4 de janeiro de 2009

Possível descoberta de nova espécie de dinossauro

O paleontólogo Octávio Mateus, que está desde o dia 20 na Mongólia numa equipa que integra cientistas mongóis, canadianos, sul-coreanos e japoneses, tornou-se no primeiro português a seguir as pistas de Roy Chapman Andrews, o norte-americano tido como o "verdadeiro" Indiana Jones. A primeira fase da expedição desenrolou-se numa área menos explorada no deserto de Gobi, conhecida pela Bayn Shire, que embora já visitada por paleontólogos, tem muitos locais inexplorados. A equipa, que já enfrentou uma tempestade de areia com ventos de 90 km/h e um dia com temperatura de 52 graus centígrados, recolheu vários ossos, dentes, crânios, ovos de dinossauros e esqueletos quase completos. «A localidade é incrivelmente rica e novas descobertas ocorrem todos os dias», indicou o investigador do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, cuja missão tem a duração de 34 dias. Na lista de achados enumerada pelo português destaca-se um esqueleto quase completo de um dinossauro saurópode. O saurópode é um quadrúpede herbívoro de pescoço comprido, que atingia mais de 15 metros de comprimento. Foram ainda encontrados vários esqueletos incompletos, incluindo crânios de dinossauros ceratopsideos (pequenos bípedes herbívoros) de duas espécies Yamaceratops e de uma espécie possivelmente desconhecida até à data. O paleontólogo descobriu uma "bone-bed", uma camada geológica repleta de ossos, com pelo menos 10 indivíduos de dinossauros anquilossauros (dinossauros couraçados, quadrúpedes e herbívoros). Nestes dias de trabalho também foram descobertos ovos e cascas de pelo menos cinco tipos diferentes de dinossauros, parte de crânios de dois dinossauros carnívoros, vários ossos de terizinossauros, um tipo de dinossauro teropode, raro e caracterizado por enormes garras nas patas anteriores. Foram também encontrados parte do crânio e outros ossos de crocodilos, tartarugas, pterossauros e um possível mamífero. Estão ainda a ser definidas algumas questões relativas às camadas geológicas onde está a ser desenvolvido o trabalho, incluindo a possibilidade de uma datação muito mais precisa. A Mongólia é uma das áreas mais ricas do mundo em vestígios de dinossauros do Cretácico, período que terminou há aproximadamente 65 milhões de anos, mas em comparação com o período Jurássico, com cerca de 150 milhões de anos, fica atrás de Portugal.

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